quinta-feira, 30 de maio de 2024

É o mal moral e natural compatível com a existência de Deus?


 

Vivemos num mundo repleto de males, sejam estes males físicos, como os tsunamis, as secas, as pragas, por outras palavras as catástrofes naturais; ou até mesmo males morais, como é o caso dos roubos, das guerras, dos homicídios, entre outros, como a negligência presente nas ações humanas. Mas será este tipo de mal compatível com a existência de Deus? É a este tipo de pergunta que o argumento do mal tenta responder. No entanto, outros argumentos teístas procuram avaliar as razões apresentadas. O tema da filosofia da religião é tão antigo quanto o homem e não se esgota na reflexão critica. Nesta dissertação irei esclarecer o problema do mal e apresentar a resposta da Teodiceita de Leibniz, seguida de uma objeção e respetiva resposta da Teodiceia.

O argumento do mal procura negar a existência de Deus. Defende que se o mal existe, Deus omnipotente, omnisciente e sumamente bom não pode existir, pois a definição de mal e a do Deus teísta são incompatíveis. Uma vez que Deus é omnipotente, poderia acabar com o mal; como é omnisciente, saberia da existência do mal; e, por último, por ser sumamente bom, iria querer evitar o mal. Assim sendo, Deus não pode existir, pois o mal existe.

         A este argumento a Teodiceia de Leibniz contrapõe considerando que apesar de todo o mal vivemos no melhor mundo possível, porque Deus sumamente bom só é capaz de pensar na melhor escolha e, pondo em prática o princípio do melhor, concluiu que o nosso mundo atual é a melhor de todas as possibilidades. O teísmo recorre à noção de livre-arbítrio dizendo que o sofrimento não é causado por Deus, mas sim pelas pessoas.

Deste modo, apesar do mundo estar repleto de males, os seres humanos são livres de escolher entre o bem e o mal. Deus omnipotente poderia criar um mundo sem a existência do mal, mas para isso Deus teria de nos fazer como máquinas programadas só capazes de exercer o bem, num determinismo absoluto. Se assim fosse o ser humano não teria livre-arbítrio e isso não faria de Deus sumamente bom porque não respeitaria a nossa autonomia e capacidade de auto-determinação. Deus só pode fazer o que é logicamente possível.

         A esta tese os defensores poderiam criticar o sofrimento excessivo e a tamanha crueldade, e supor que Deus poderia fazer o homem sem a definição de mal.

         Ao que a Teodiceia de Leibniz teria de responder que o sofrimento é um bem maior para um bem maior ainda, ou seja, o ser humano tem de sofrer para melhorar moralmente, sofrer e aprender na terra para um dia obter a salvação, e se Deus criasse o ser humano sem a definição de mal, para além de não seremos verdadeiramente livres, também não haveria excedentes do bem sobre o mal. Os males naturais que não dependem do homem são uma oportunidade para a humanidade realizar boas ações ou atos heroicos. Quanto ao sofrimento dos mais frágeis o teísmo responde que esse sofrimento pode ser sempre recompensado na outra vida.

 

         Eu concordo totalmente com a tese de Leibniz, pois além de termos livre-arbítrio e o mal ser provocado pelas nossas escolhas, também considero que não faria sentido haver uma salvação eterna se fossemos programados para fazer só e somente o bem, ou seja, o que está correto na vida. Podemos concluir que a fé é uma via de acesso a Deus, um caminho alternativo de quem procura a salvação eterna e o consolo para todos os seus problemas.

                                                                                    Lara Costa, 11º B

4 comentários:

  1. Este texto explora como o mal se relaciona com a existência de Deus. O argumento do mal questiona como um Deus todo-poderoso pode permitir o mal no mundo. Leibniz sugere que vivemos no melhor mundo possível e que o mal resulta da liberdade de escolha humana. Discordar da existência do mal significaria perdermos a nossa liberdade. Leibniz defende que o sofrimento contribui para o nosso crescimento moral e a procura pela salvação. Concordo com esta perspetiva, pois acredito que a liberdade de escolha é fundamental para a verdadeira liberdade humana.
    Leonor Rodrigues 11ºB




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  2. Para os defensores do argumento do mal, não faz sentido Deus, um ser omnipresente, omnisciente, omnipotente e sumamente bom, existir. Como pode existir tanto mal no mundo, se Deus tem estas características? Deus poderia acabar com o mal existente no mundo, porque não o faz? O argumento do mal afirma que Deus não pode existir, já que o mal existe no mundo e os dois não podem existir simultaneamente.
    A Teodiceia de Leibniz contrapõe o argumento do mal, pois para Leibniz o mal existe no mundo por culpa do ser humano, já que Deus deu-nos o livre arbítrio, ou seja, todos temos liberdade para escolhermos fazer o que queremos, seja isso bom ou mau. Leibniz, também afirma que vivemos no melhor mundo possível, pois Deus é sumamente bom e pensa sempre na melhor escolha. Para Leibniz, o argumento do mal, não tem cabimento, pois é um argumento que defende que Deus e o mal não podem existir ao mesmo tempo, sendo que Deus nos deu o livre arbítrio.
    Concordo com o argumento de Leibniz, pois Deus deu-nos liberdade de escolha e se o mal existe no mundo, a culpa é só do ser humano e das escolhas que faz.
    Tatiana Sousa 11ºB

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  3. A compatibilidade do mal com a existência de Deus é uma questão complexa e amplamente debatida. As respostas variam desde a defesa do livre-arbítrio e o desenvolvimento de virtudes até a aceitação de que o mal faz parte de um plano divino incompreensível. Embora nenhuma resposta seja universalmente aceita, a discussão continua a ser central na filosofia da religião e na teologia, refletindo a profundidade e a dificuldade do problema do mal.
    Arcangela Hernandez 11 B

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  4. O texto aborda o problema do mal e apresenta o argumento teísta de Leibniz, conhecido como Teodiceia, como uma resposta a esse problema. O argumento do mal questiona a existência de Deus, argumentando que a presença do mal no mundo é incompatível com a existência de um Deus onipotente, onisciente e sumamente bom. Se Deus é capaz de acabar com o mal, sabe da sua existência e deseja evitá-lo, então o mal não deveria existir. Em contraposição a esse argumento, Leibniz propõe a Teodiceia, onde diz que, apesar da existência do mal, vivemos no melhor mundo possível. Segundo Leibniz, Deus, sendo sumamente bom, só é capaz de pensar na melhor escolha e, concluiu que o mundo atual é o melhor entre todas as possibilidades. O teísmo também recorre à ideia de livre-arbítrio, afirmando que o sofrimento não é causado por Deus, mas sim pelas escolhas humanas.
    Mariana Frias 11°B

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