quarta-feira, 28 de fevereiro de 2024

- EM QUE CONSISTE A TEORIA EXPRESSIVISTA DA ARTE? SERÁ UMA TEORIA INFALÍVEL?

 


Existem muitas teorias que definem os critérios que devemos usar para avaliar a arte. Uma dessas teorias é a versão expressivista de Tostoi. A arte como expressão, ao contrário da arte como imitação/representação, apela ao aspeto emocional tanto do artista que a produz como do recetor que a contempla, ou seja, a arte só é arte se transmitir ou provocar emoções, seja pelas cores utilizadas, pelo traço, pela escrita, etc.

Esta teoria apresenta-nos um critério valorativo para classificar se um objeto é ou não é uma obra de arte. Assim, é condição necessária uma obra de arte expressar uma emoção mesmo que não represente nada, sendo um critério abrangente será que é suficiente?

Assim, o artista tem que sentir e o recetor tem que captar. O sentimento genuíno tem que ser transmitido com sinceridade.  Collingwood afina a teoria, afirmando que as emoções têm que ser clarificadas, visto que na sua maioria são confusas e apresentam-se em estado bruto.

Claro que esta teoria, tal como as outras também apresenta falhas. Exclui obras que não aparentam exprimir qualquer tipo de emoção bem como aquelas que não fazem coincidir a leitura do autor e de quem contempla. Com efeito pode acontecer que os recetores afirmem que sentem coisas que o artista nem deve ter imaginado, ou então o próprio artista pode nem ter tido a intenção de colocar emotividade na peça. A objetividade das emoções também é um fator discutível, pois nem sempre as obras de arte apresentam sentimentos claros. E depois também levantamos a pergunta dos objetos simbólicos, serão eles arte? Não representam eles emoções a determinados recetores? Tudo isto se deve ao facto de nunca termos a certeza do que as pessoas realmente sentem quando apreciam uma obra de arte, podemos perguntar, mas nunca saberemos se estão a dizer a verdade porque não temos acesso ao estado interior de cada um.

Considero esta teoria bem fundamentada porque oferece mais uma tentativa de integrar no mundo da arte autores excluídos por outras teorias.

                                                     Paulo Costa 11º R - Ensino Recorrente

2 comentários:

  1. A teoria expressivista de Tolstoi, colocando a tónica nas emoções, é, tal como outras teorias sobre a arte, demasiado redutora. Acreditando que todas as obras de arte resultam de uma emoção do seu criador e que essa exata emoção chegará ao recetor, esta teoria poderá rejeitar obras de arte com elevado valor criativo e grande originalidade, tal como Paulo Costa refere. Na verdade, nem todos os criadores exprimem os seus sentimentos na obra de arte, alguns evitam mesmo que isso aconteça. Ou será que muito artistas se aproximam de Frida Kahlo cuja tristeza e desgostos estão estampados na tela?
    Carolina Costa 11ºA

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  2. A teoria expressivista da arte, como descrita, destaca a importância das emoções tanto do artista quanto do espectador na apreciação e criação artística. Ela oferece um critério valorativo que enfatiza a autenticidade e a sinceridade na expressão emocional. No entanto, como apontado, essa abordagem tem suas limitações, como a exclusão de obras que não aparentam emoção e a dificuldade em determinar objetivamente as emoções presentes em uma obra. Além disso, a questão dos objetos simbólicos levanta a discussão sobre o que realmente constitui arte. Embora a teoria ofereça uma perspectiva valiosa, é importante reconhecer suas falhas e continuar a explorar outras abordagens para compreender a complexidade da arte. São essas falhas que me deixam na dúvida e é por isso que não concordo com essa teoria porque de facto , algumas obras de arte podem não transmitir emoções óbvias ou podem provocar emoções diferentes em diferentes espectadores. Portanto, considero que restringir a definição de arte à teroria expressivista é ignorar e limitar a diversidade de características que a arte apresenta e não é apropriado.

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