O livre-arbítrio tem sido um tema muito discutido seja na filosofia seja nas ciências humanas, influenciando profundamente o nosso entendimento sobre a moralidade, a responsabilidade e a autonomia individual. Num mundo cada vez mais informado pelas ciências neurológicas e pela psicologia, a pertinência deste tema destaca.se mais. E a questão emerge: - Será que o livre-arbítrio é uma realidade da condição humana ou uma ilusão criada pela nossa perceção?
Numa primeira análise, é válido ressaltar que qualquer decisão tomada pelo ser humano é, claramente, consequência não só dos processos neurológicos em cadeia como também pela condição genética e física que tornam possível a ação racional. Esta tese vem da ciência, mais concretamente do argumento da física de partículas que defende a relação de causa e efeito no universo. Logo, uma vez que o cérebro humano – principal órgão responsável pela perceção – se constitui por átomos, é incontestável que as nossas escolhas tenham origem nos efeitos das interações das nossas partículas, com a matéria.
Em oposição à ciência, os filósofos têm rebatido este argumento, ressaltando que a ação racional supera os processos nervosos do cérebro e toda interação entre a matéria. Nesse sentido, alegam que o homem tem responsabilidade sobre as consequências das suas ações e pode decidir não as repetir. No entanto, esta objeção é refutável, já que os libertistas não respondem como é que a liberdade supera as leis físicas distanciando-se de uma falsa perceção criada pela nossa mente ao tomarmos decisões já determinadas e, então, evidencia-se que a nossa ação ainda é, cientificamente, consequência da informação trocada entre os neurónios, tornando a ação uma consequência destas leis físicas.
Em conclusão, o livre-arbítrio é uma ilusão criada pelo belíssimo funcionamento genético do homem que canaliza à racionalidade a falsa ação livre. Mo entanto somos desenvolvidos intelectualmente e correspondemos à maior transformação biológica, capaz de criar cultura e conduzir o pensamento sobre a realidade que nos cerca liberdade.com a possibilidade e poder escolher sem constrangimentos.
Santiago Kevin, 10º R – Ensino Recorrente
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